Minhas metáforas andam secas. A inspiração não me dá mais sentido. Eu achei que dizia algo, mas no fundo apenas repetia tudo. Em releituras de sentimentos espalhados, em abreviaturas de sentimentos já vividos. Eu achava que dizia algo, mas apenas repetia tudo. Como repito agora, num pensar desestruturado em que me perco entro óbvio indefinido. Não fui. Não sou. Serei? Sobram controvérsias e ruas sem saída.
E eu que achava que inventava um jeito, uma linha umas palavras, apenas copiava tudo, de um caderno secreto, que agora ficou mudo. Minhas metáforas não são minhas, nem são meus os sentimentos. As emoções comprei pela internet e o que tem de espontâneo cortei e colei do google.
Escrever é uma sina. Seria um dom, se eu tivesse. Seria um talento, se eu soubesse. Mas é uma sina, pois eu só parafraseio. Finjo que vem de mim, embora esbarre toda e cada vez no meu espelho a me dizer que minhas entrelinhas são infantis, que meu escrever é piegas, que nada disso tem motivo.
Castigo. Castigo ter necessidade de dizer, gritar letrado e não se fazer ouvido. Castigo não ser original, não ser nada demais, ser normal.
Queria saber de amor, de vida, de solidão, em prosa, em verso, em poesia. Mas não sei nem fazer refrão. Revolução. Reciclagem.
Quem me dera saber entender naquele grau sublime de deixar que seja. Porém não compreendo, não aprendo, não deixo estar.
Não vou mais escrever. Minhas metáforas são bestas, meus versos vazios e meu escrito é tão tosco...agora entendo porque não é lido.
Eu não digo. Repito tudo. Sou uma maritaca bebada com a cabeça pintada de mercúrio cromo, vendida na beira de uma estrada da Bahia a preço de papagaio.
Sem mais.
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