26.4.09

Plenitude

Há domingos na vida em que tudo se encaixa. As flores vão crescendo no jardim enquanto um sentimento de conforto mantém o coração quentinho.
As lágrimas correm pela bochecha, mas tem que desviar do sorriso. Lembranças fundamentais. A base que constrói, ampara e apóia, com gestos, olhares, palavras, mas principalmente, silêncio. As lágrimas e o sorriso e o sol que brilha lá fora são ainda pouco pra expressar tanta gratidão.
Coisas simples da vida. As mais importantes. Crianças. A simples vontade delas. Mesa farta, família reunida. Amor. O desejo, o sonho, o futuro. Tão menos complicado do que parecia e ainda muito mais incontrolável do que conseguir o sucesso.
Estar só e completamente plena. Na companhia das memórias, no fio inquebrável e sutil da energia da união essencial. O significado da salada que alguém deixou na geladeria, da hortinha feita com tanto carinho, do cuidado com a janela, as travas e a liberdade oferecida em abraços, momentos, dúvidas e confiança.
É impressionante como noites de sábado bem aproveitadas entre a leitura de um livro companheiro e a certeza de tantas parceirias pode transformar um domingo silencioso, numa verdadeira declaração da vida.

Sat Nam ;)

3.4.09

Londres - Manifestação G-20 Meltdown

Derretimentos glaciais, econômicos, sociais. Só o calor de uma nação unificada será capaz de deter os atuais males do nosso mundo.

Vandalismo, extremismo, sensacionalismo. “Abaixo o capitalismo” á parte, muita gente se engajou nesta manifestação pra colocar seu dedo na ferida da história e quem sabe, chamar a atenção de quem pode curar esse machucado para o fato de que todo mundo encherga o que está embaixo do curativo.

Protestar é um verbo intransitivo. Quem protesta, protesta e ponto. A ação, que pede complemento, leva quem protesta a faze-lo por algo. Em que acredita. Protestar, todavia, não é tarefa assim tão óbvia. 

Mais do que de caminhar em meio a uma multidão e gritar frases de efeito, protestar é unir-se. Simplesmente pela importância de somar. Pelo valor de ser apenas mais um em seis bilhões. 
Nesse aspecto houve gente que falhou. 

Fora alguns maus-exemplos oferecidos por uns e outros, o clima era amistoso. Havia tensão no ar, havia polícia. Muita polícia. Talvez em excesso. Inclusive, impedindo gente de sair e entrar. Mas havia, acima de tudo, o real desejo de mudar.

Ficar ali por quarto horas foi além do planejado. 

Os policiais fizeram cordões de isolamento em todas as saídas. As pessoas gritaram, pediram por seus direitos. Quando a situação parecia insustentável cada um foi tomando seu rumo, procurando um canto de sol pra se encostar, uma coisa divertida pra fazer, o telefone pra avisar.

Se o objetivo geral fosse violento, poderia ter acontecido uma tragédia. Contudo, a intensão era pacífica e a união o comum acordo.

Se o G-20 é democrático, se alguma mudança positiva vai sair deste encontro, particularmente prefiro não opinar, mas uma causa nova está estabelecida, uma sociedade global vem sendo gerada.

Ninguém é obrigado a sair as ruas, gritar ou marchar em direção ao que acredita. Apenas não deixemos que a propaganda enganosa da violência gratuita que foi destilada por ações individuais, manche o resultado geral tão unificado de menos de 0,1% da população mundial que esteve ali comprometida com a causa de uma nação global.

Aos poucos a consciência de uma sociedade unificada funde-se e vai tomando forma em meio ao degelo dos pólos e da economia global. O caminho da solução passa pelo derretimento das barreiras e preconceitos que limitam o todo defendendo egos e ismos.


(clique aqui em cima e assista Paula, a Brasileira engajada)

Sat Nam ;)