24.7.10

Fear of the dark

Por um instante estaneio. Cansei de ser mim. Esse medo que não me larga. Medo de tudo. Medo do todo. Medo de ser. Medo de existir, de não acontecer. Medo de inserir qualquer coisa que não faça. Medo de ter medo, já amedrontada. Tomada. Coração disparado na madrugada. Destes medos que crescem na escuridão. Medo do escuro. Dominada. Medo do tempo, da vida. De crescer e de não ser. Medo que seca a garganta, dói a alma, angústia. Medo que este medo não passe. Que ele seja meu pra sempre. Que ele seja a maior parte de mim.
No espelho o brilho do olho sumiu um pouco. Afoga tudo na cerveja que passa um pouco. Bebe pra esquecer o medo, ficar coragem. Lembrar dessa força que tá em algum lugar, afogada em lágrimas. Ainda que em volta tudo seja calma, a tempestade do centro da terra do plexo solar borbulha. Ou nem. Opaca tudo num eco surdo. Num brilho fosco. Num dia cinza. Ainda que faça sol. O que é isso que não faz parte do contexto, dos planos, da retórica? Um verso de fora, um raio aleatório, um fluxo invertido que transtorna o instante, que vira fase, fatiga.
Medo de ir. Medo de ficar. Medo de escrever e o que os outros vão achar. Logo eu?! Medo deste ser, de estar. De permanecer sem realizar. Medo que assombra, que assola, que abraça. Medo que medo causa, que medo causa? Que medo? Que causa?

Por um instante penso em Platão. Mas acho que é hora de um Prozac.

Sobra um vazio entre o peito e o umbigo. Falta fé? Tem tudo o quer e não tem paz. Capaz.

Estaneio...espero que passe.

Sat Nam ;)