Entender de si é muito mais estranho do que sublime. É cavucar um buraco sem fim e tirar de dentro um tudo que nunca acaba, mas também não preenche. Um vazio cheio de tranqueira, mas também de poesia.
Destampar o ralo da alma é para que tem coragem de experimentar. Vivenciar o novo, já que o que é já se sabe como é e se o diferente for melhor, é uma oportunidade, se for pior, é só escolher o antes.
O processo da viagem universo a dentro é árduo e sinuoso, tão compreensivel quanto o é para uma criança de 6 anos um plano de saúde. Embora completamente auto-explicativo, encontrando em seu meio toda a justificava pro fim e principalmente pro começo.
Enquanto desprego da cortiça de minha memória fotos antigas e desbotadas, releio acontecimentos de minha história e encontro linhas nunca antes lidas, muito menos interpretadas.
Vou perdoando e me perdoando pelos que pareciam os piores erros de um sem fim e agora encaixam-se uns em outro, plenos de significado.
Minha identidade se desfaz em fotos 3X4 de olhos arregalados e sorriso oco, noentanto a lembrança da menina tímida, da adolescente rebelde, da mulher complicada exibem o mesmo olhar...
O olhar que derrama meu ser em uma ansiedade imensurável, invispivel e indeletável: a ansiedade de ler todos os livros, ouvir todas as músicas, ver todos os filmes, conhecer todos os lugares, milhares de pessoas, cada recôndito bucólico de tempo, espaço ou existência.
Abro a geladeira, filosófo. Procuro uma ideologia, alguma coisa doce, um caminho. E encontro garrafas de água embaçadas, manteiga pela metade e oito tapeware de dúvidas. Continuo flertando com as prateleiras vazias, em busca de qualquer coisa que preencha este vazio que me dá, de sexta a noite, quando não consigo parar de me analisar.
SAT NAM ;)
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Um comentário:
Lembrei do Carpinejar que contou que, menino, nas madrugadas quentes de verão abria secretamente a porta da geladeira da família para ler à sua luz e refrescar-se.
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