28.8.09

Já era

É o fim de uma era. Despedida da casinha. Um ano. Doze meses. Fim das férias de dois meses que me dei depois do fim da pós. Cinquenta e duas semanas. Maíra entregou a tese. O verão está no fim. As folhas começam a cair. O vento vem gelado, deve vir do Pólo Norte. Carol voltando da viagem da Croácia. Cacá e Karina ja fazem total parte do nosso dia-a-dia - e dos nossos London hearts, que dos Brazilian já faziam. É o fim de uma era incrível, irada, inesquecível. Well done. Bom trabalho pra nós. Quatro estações de mais um ano se passaram e hoje, neste dia em que construímos um puxadinho novo em nossas jornadas, a vida sorriu pra nós.
De repente me deparei com a mulher que um dia eu queria ser. E eu que achava que a encontraria num templo da Índia, numa praia da Indónesia, em qualquer lugar do Brasil, vi a cara dela na janela respingada de garoa, num ônibus apertado indo pro subúrbio de Londres na hora do rush de uma sexta-feira.
Enquanto vislumbrava todo o desbunde de um arco-íris que se fazia mágico no céu confuso dessa cidade contraditória e agradecia sem palavras o sagrado instante da existência inteira, o foco do meu olhar tirou o zoon de tudo. E entendeu qualquer coisa que não sou capaz de explicar.
Será que essa menina no celular reparou no arco-íris? Será que esse cara me empurrando está vendo essa beleza? Aquele tiozinho de olhos fechados, pescando de sono depois de um dia pesado, aquela moça lendo seu livro nesse transito engarrafado, o cara com o skate, o casal de namorados, o bêbado exalando álcool...será que eles estão percebendo e absorvendo todo esse sorriso da vida?
Me deu uma vontade danada de gritar: Ei gente, vocês estão vendo esse arco-íris?
Mas eu não gritei. Quantos arco-íris as pessoas deixam de ver a toda hora? Os intantes sagrados, o milagres de cada momento. Porém, ninguém ensina nada a ninguém e por mais que eu quisesse muito dizer aqui que realmnete gritei no meio do busão: "Hey everyone, look: A raimbow!" não sei porque não o fiz. Talvez porque a maioria das pessoas ali não fosse dar a mínima, talvez porque pra quase ninguém isso seja mesmo importante. Embora eu ainda ache que deveria ter gritado. E não gritei.
Fiquei me derretendo por aquelo tudo sozinha. Se tivesse um canudinho bebia ele inteirinho. Enquanto levava meu lero entrelinhado com Deus, segui ali lelé, ouvindo Lulu e simplesmente sendo.
Aquele reflexo no vidro respingado do busão apertado admirando sem palavras o sorriso do tudo. A mulher que eu sempre quis ser. Agradecida pelo o fim de uma era magnífica. "Fazendo da minha vida sempre o meu passeio público e ao mesmo tempo fazendo dela o meu caminho só. Único." É, eu abandonei a velha escola! Tomei o mundo com vodka e energético. Agora não posso mais parar.
Desci do busão, levantei o braço esquerdo abaixei-o por trás da cabeça e me dei três tapinhas na costas, como a Clélia me ensinou a fazer. Parabéns Paula, vc mandou muito bem!
Vim correndo pra casa, pra não esquecer tudo isso aqui que eu queria escrever enquanto espero meus queridos daqui e me conecto com meus queridos daí (Brasa) em um - ou vários - brindes a uma era que já era. E foi demais.

É o fim de uma era e o começo de uma nova.

E quanto a nós? Continuaremos sendo.

Sagrado momento!

Sat Nam ;)

Ps: Obrigada a todos e cada um que participou - mesmo sem saber - deste capítulo da minha história. Eu sou porque vocês são :)

2 comentários:

Anônimo disse...

É isso.Não existe volta.Nunca!No máximo uma paradinha, um desvio,uma marcha-a-ré sdiscreta prá corrigir o rumo.O que já foi feito está feito, está dito,virou história.E que cada um aceite a conta e o cansaço pelo caminho que escolheu.E consiga seguir olhando e enXergando o que puder a sua volta. Com o seu mais potente ZOOM.

Anônimo disse...

"Me dá um beijo então...aperta minha mão...
Tolice é viver a vida assim, SEM AVENTURAS!!
Deixa ser PELO CORAÇÃO...

SE É LOUCURA, ENTÃO MELHOR NÃO TER RAZÃO..."!!!!!!!!!!

Beijos beijos, mãos dadas,
MariMari