Porque ela acorda sorrindo e dorme chorando. Todo dia tem que ser especial. Qualquer coisa que a faça feliz, mas que não seja pouco que ela merece muito. Porque um pedacinho só acaba muito rápido e ela não sabe mastigar devagar. Mesmo pras coisas mais banais, pra ela é tudo ou nunca mais.
Ontem ela disse pra lua que precisava de carinho. Hoje ela acordou alegre e foi dormir irada. Amanhã, quem sabe? Vai comprar um violão e sair por aí inventando acordes, embaraçando dedos e tentando (em vão?) desentupir o coração.
Conversando com o mar ela fez mais algumas sinapses. Mentais, neurológicas, atômicas e espirituais. Teve idéias: juntar cramberry juice, sprite e vodka; dar consultoria para viagens ao mundo da lua; compor a primeira musica muda e desenhar um guarda sol que dobra em quatro.
Teve a idéia de dar uma festa; começar um curso de italiano e ir ao show do Coldplay. Teve também insônia, entrelinhada por toda esta ansiedade que leva de pulseira e não tira nunca, muito menos pra dormir.
Mais uma vez olho pro céu encontrando com o mar. Aquele infinito de silêncio. Pensou que é lá que a paz deve estar. Contemplou. Cochilou. Sentiu o céu queirmar seus olhos. Viu um, dois, três meninos interessantes e misteriosos passar. Embora não tenha achado muita graça.
Bebeu umas e outras e ainda mais umas e mais outras e chegou a conclusão de que quer um par. Alguém pra dividir um pote de sal, pra dizer que ela exagera no sol, pra compor-lhe uma música em sol maior.
Olhou de novo o mar, enchergou uma estrela sozinha. Outra ao seu lado. emanou carinho. Comeu paeja, tomou cerveja, deu risada e conselho. Passou o dia jogada, passou calor pra caralho, passou um tempo maneiro.
Enquanto ela tropicalizava seu life style e ensaiava os proximos versos que insistiam em pipocar eufóricos, a caneta faltou, ela não anotou e esqueceu todos os tantos segredos que o horizonte deixou-lhe escapar.
Talvez fora isso. Quem sabe a consequência do estômago. O cheque errado. A burocracia idiota. O medo da solidão. A boa e velha irritação mensal. O não aumento. A falta que sobra. A eterna insatisfação.
Só sei que ela acordou animada e vai dormir sufocada pelo verso que não sobreviveu. Pela palavra que deixou escapar. Pela parceria que aconteceu e pela que não consegue mais doar. Pela gratidão que se encolhe nessa hora em que ela só deveria confiar.
O mar, ah o mar. Mas a memória, xiiiiiiiiiii...tá mar!
"Quem só quer vencer se priva da Glória de chorar" (marcelo camelo)
Sat Nam ;)
2 comentários:
O segredo do mar é ser imutavel.Pode subir, pode baixar,aquecer ou resfriar, mas é água, é intenso, se move o tempo todo sem sair do lugar.E por isso mesmo impressiona!Já os humanos sofrem por conta disso...
total!
tem cara de que saiu em bogatell.
Ahnnnnn... tanto mar.
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