24.10.07

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Se eu simplesmente não quiser falar, eu calo. Fico quieta a observar a menininha de azul que sorri facinho numa segunda-feira cedo quando o resto da cidade se arrasta, se esforça, tenta.

Eu quero sê-la para sempre. Ou o sentido some, a vontade passa, o sonho vira lembrança. Eu quero para mim essa eterna doçura, num corpartimento impenetrável onde os raios solares não alcancem, a lua não influencie, a gravidade não opere.

Caso eu queira penas ler, o faço. Leio um livro todo, inteirinho. Portas abertas ao acaso, fechadas ao mundo. Acabo numa terça-feira a noite, sem entender, sem analisar. Guardando a delicadeza brusca da personagem principal. Absorvendo sua força, sua sensibilidade, sua essência.

Numa quarta-feira chuvosa eu apenas me permito. Pego o telefone: preguiça, admito. Deixo tudo pra mais tarde, agora é hora de pecar. Me entrego a minha vontade sem titubear. Que delícia de carinho esse que a gente se faz, vale um dia inteirnho, vale a vida, vale mais!

A semana está no meio. O livro já acabei. A chuva continua caindo. A menina, não sei.


SAT NAM ;)

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